Food Fraud Food Defense

Leia este artigo e saiba qual é a principal diferença entre os programas de Food Fraud e Food Defense e qual ferramenta utilizar para suas implementações.

A Food Fraud (Fraude de Alimentos) é a adulteração, substituição ou falsificação intencional de alimentos para ganho econômico. Já a Food Defense (Defesa dos Alimentos) é o conjunto de medidas para proteger a cadeia de suprimentos de alimentos contra ameaças intencionais.

No universo de segurança dos alimentos, os temas de Food Defense e Food Fraud sempre estão em destaque devido à sua grande relevância no setor. Esses itens se tornaram ainda mais presentes com a publicação da ISO 22000:2018, pois ela torna necessário incluí-los na análise do contexto da organização, tratando-os como assuntos externos e internos relevantes.

Além disso, os requisitos adicionais da versão cinco do esquema FSSC 22000 detalham com clareza a necessidade de um procedimento documentado e uma atualização constante de ambos Food Fraud e Food Defense. Portanto, principalmente para empresas certificadas, não há dúvidas de que eles são imprescindíveis.

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O que é Food Fraud

A Food Fraud é uma substituição, diluição, adulteração ou adição fraudulenta e intencional de um produto ou matéria-prima com a finalidade de ganho financeiro. Dessa forma, o responsável pela fraude aumenta o valor aparente do produto ou reduz o custo de produção dele.

Um exemplo dessa atividade ilegal, bastante conhecida na área alimentícia, é a fraude no leite. Ela pode ser realizada de diversas formas:

  • Adição de água para aumento do volume;
  • Adição de reconstituintes como formol ou melamina para mascarar a adição da água e agir como um conservante;
  • Adição de conservantes, como a água oxigenada, para destruir microrganismos ou impedir sua multiplicação, aumentando a durabilidade do leite;
  • Adição de neutralizantes, como a soda cáustica, para mascarar a acidez da fermentação microbiana.

Esse tipo de transgressão de motivação econômica é resultado da combinação de oportunidade, motivação e medidas inadequadas de controle. Por isso, para identificar e avaliar as potenciais fraquezas do processo de fabricação, é necessário realizar uma avaliação de vulnerabilidade que englobe toda a cadeia.

Isso envolve desde a gestão dos fornecedores até análises de seu próprio produto, assim garantindo sua pureza e implementando medidas de mitigação para ameaças significativas. Essa avaliação de ameaças nos alimentos é chamada de Programa de Food Fraud, que visa justamente combatê-las.

O que é Food Defense

Já o Food Defense é um conjunto de medidas de proteção para mitigar situações de contaminação intencional ou maliciosa nos alimentos. Essa é a principal diferença entre os temas.

Embora ambos estejam relacionados com contaminações intencionais, o programa de Food Fraud visa a prevenção para contaminação com o intuito de ganho econômico. Por outro lado, o programa de Food Defense busca prevenir possíveis sabotagens vindas de fontes externas que desejam prejudicar a qualidade/segurança de um produto ou insumo.

A norma Publicity Available Specification (PAS) expressa Food Defense como:

“Procedimentos adotados para garantir a segurança de alimentos e bebidas e suas cadeias de suprimento de quaisquer formas de ataque malicioso, incluindo ataques ideologicamente motivados que possam levar à contaminação ou interrupção de fornecimento”.

Os dois maiores exemplos de adulteradores do alimento devido à falta de um programa de Food Defense são: funcionários desmotivados/ressentidos e concorrentes.

Da mesma forma que no Food Fraud, para evitar esse tipo de contaminação, é necessária uma análise de riscos para que a empresa possa ser capaz de identificar seus pontos frágeis e estabelecer medidas mitigadoras para fortalecer a proteção do alimento.

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A diferença entre Food Fraud e Food Defense

Como você já viu, enquanto a Food Fraud está relacionada a práticas fraudulentas para obter lucro, a Food Defense se concentra em proteger a cadeia de suprimentos de alimentos contra ameaças intencionais que visam causar danos.

A diferença entre Food Fraud e Food Defense está no foco e na intenção por trás das ações. Para você não se confundir nunca mais, essas são as principais diferenças entre esses dois conceitos:

Food Fraud (Fraude de alimentos):

  • Intenção: Ganho econômico.
  • Ações: Adulteração, substituição ou falsificação de alimentos/insumos.
  • Exemplos: Adição de ingredientes baratos não declarados, remoção de componentes valiosos, falsificação da origem e da qualidade dos produtos.

Food Defense (Defesa dos alimentos):

  • Intenção: Proteção contra ameaças intencionais.
  • Ações: Medidas para prevenir bioterrorismo, sabotagem e outras ameaças maliciosas.
  • Exemplos: Implementação de controles rigorosos, vigilância para evitar sabotagens por funcionários insatisfeitos e/ou ações maliciosas de concorrentes.

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Conclusão

Seja para impedir um crime via fraude ou uma sabotagem, é de extrema importância que as empresas adotem medidas de prevenção que garantam o fornecimento de alimentos seguros aos clientes e consumidores, bem como a integridade e continuidade da marca.

A principal ferramenta aplicada para implementar esses cuidados é a avaliação de risco. Por meio dela, são classificadas as potenciais ameaças e vulnerabilidades, utilizando tabelas de probabilidade e impacto. Depois, as medidas preventivas e de controle são estabelecidas com base nesse estudo prévio.

Para facilitar esse cuidado, você pode contar com uma solução como a SoftExpert Suite. Com ela, a tecnologia pode te auxiliar na gestão de riscos, desde suas identificações iniciais, passando pela avaliação e análise, até a mitigação e o monitoramento, gerenciando os incidentes e garantindo a execução das ações.

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Camilla Christino

Autor

Camilla Christino

Camilla Christino é Analista de Produto e Mercado da SoftExpert, formou-se em Engenharia de Alimentos no Instituto Mauá de Tecnologia. Detém sólida experiência na área de qualidade em indústrias de alimentos com foco em acompanhamento e adequações de processos de auditorias interna e externa,documentação do sistema de gestão da qualidade (ISO 9001, FSSC 22000, ISO/IEC 17025), Controle da Qualidade, Assuntos Regulatórios, BPF, APPCC e Food Chemical Codex (FCC). Ela também é certificada como auditora líder na norma ISO 9001:2015.

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